Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

​O que é a mácula?

Pequena área central da retina responsável pela visão de detalhes e cores. O comprometimento por uma lesão degenerativa, que surge com a idade, é chamado de degeneração macular.

Incidência

Não há dados nacionais, porém, nos EUA, aproximadamente 1,75 milhão de pessoas são portadoras de DMRI avançada e este número poderá chegar a 3 milhões até 2020. Trata-se da principal causa de perda visual irreversível em americanos com 60 anos ou mais.

Fator de risco

O envelhecimento é o principal fator de risco. Pessoas com a pele e olhos claros (caucasianos) são mais comumente acometidas. O início e a gravidade da doença podem variar conforme exposição solar, tabagismo, hábitos alimentares, doenças metabólicas e circulatórias (como diabetes, hipertensão e dislipidemia), histórico familiar e dietas com baixos índices de antioxidantes.

Diagnóstico

Feito pelo exame do fundo do olho (também chamado de mapeamento de retina ou fundoscopia). Alguns depósitos chamados de drusas, que são originados pela deficiência no metabolismo da retina, são visualizados a partir destes exames e podem se acumular na região da mácula.  Estes depósitos podem indicar a doença, sem necessariamente evoluir para sintomas visuais.  Vale ainda ressaltar que a doença pode acometer apenas um dos olhos, o que pode atrapalhar o paciente na percepção dos sintomas.

Sintomas

Dentre os sintomas possíveis que podem indicar alteração visual secundária à DMRI, destacam-se:

– embaçamento visual central

– distorção visual (que não melhora com os óculos ou lentes corretivas)

– mancha fixa no centro da visão

Usualmente, não há dor, nem olho vermelho, lacrimejamento ou coceira. Classicamente, a visão periférica não é acometida.

Tipos de DMRI e Tratamento

Seca ou atrófica

– forma mais comum e leve da doença. Representa cerca de 90% dos casos.

Drusas estão localizadas na área central da retina e pode haver evolução lenta para atrofia, levando à perda visual.  Não existe tratamento específico para esta forma de DMRI. Alguns pacientes podem se beneficiar de uma suplementação vitamínica específica para DMRI. Além disso, uma parte dos pacientes se beneficia com a reabilitação visual com auxílios ópticos para visão subnormal.

Úmida ou exsudativa

– forma mais grave. Acomete cerca de 10% dos pacientes com DMRI. 

Neste tipo, ocorre a formação de vasos anormais embaixo da retina, que podem extravasar líquido ou sangue, causando perda e/ou distorção da visão central, de forma rápida e potencialmente irreversível.  Existem tratamentos com laser e principalmente com injeções intravítreas de medicações, que impedem a formação dos novos vasos.

Quanto mais cedo for o diagnóstico e tratamento da DMRI úmida ou exsudativa, melhor a chance de preservação da visão central​

Prognóstico

Isoladamente, a DMRI não leva à cegueira total, porém, dependendo do tipo e da época do diagnóstico e tratamento, pode haver grande prejuízo visual, com dificuldade para ler, dirigir, assistir à televisão, entre outras atividades do dia-a-dia.

Por isso, diante de qualquer sintoma visual, o médico oftalmologista deve ser procurado. Com o diagnóstico precoce e tratamento adequado, pode-se evitar/postergar problemas visuais mais sérios.

Exame de triagem para DMRI – Tela de Amsler

A tela de Amsler é um exame simples e de fácil execução, que consiste em linhas perpendiculares entre si, com um ponto de fixação central.  O teste deve ser feito na distância de leitura (cerca de 30 a 40 cm do rosto), com uma boa iluminação e com os óculos para perto (se você já os utiliza):

– deve-se cobrir um dos olhos

– olhar diretamente no ponto de fixação da tela com o olho descoberto

– tentar perceber se as linhas da tela estão retas ou se há alguma distorção, embaçamento ou mancha

– repetir o procedimento com o outro olho e da mesma forma

– se houver alguma alteração (distorção, ondulação, embaçamento ou mancha) na tela, deve-se contatar seu oftalmologist​a

Referências bibliográficas

​1- Klein R, Klein BEK, Linton KLP (1991). Prevalence of age-related maculopathy: The Beaver Dam Eye Study. Ophthalmology 99: 933-943.

2- Coleman HR, Chan CC, Ferris FL III, Chew EY. Age-related macular degeneratio. 2008. Lancet 372(9652):1835-1845.

Texto produzido pelo Dr. Marcelo Lavezzo (CRM 129.336) para o Guia de Doenças e Sinstomas do Albert Einstein (www.einsten.br)