Glaucoma

O que é Glaucoma?

​Glaucoma é um conjunto de doenças que cursam com a perda gradativa de células que compõem o nervo óptico. São estas células, ou fibras, que realizam o transporte da informação visual desde a retina até o nosso sistema nervoso central, onde a informação é processada e interpretada. Como consequência, a perda progressiva de células causará perda de campo de visão, costumeiramente a partir da porção periférica, atingindo a visão central em casos mais avançados.

​Como saber se eu tenho Glaucoma?

​De forma geral, não há sintomas, principalmente nos casos iniciais, excetuando-se os casos antigamente chamados de “glaucoma agudo”, mas não entraremos nesse detalhe nesse momento. Não há dor, olho vermelho, coceira, ou baixa de visão aguda; ou seja, trata-se de uma doença silenciosa. Numa consulta de rotina, o médico oftalmologista avalia diversas estruturas, e a estrutura a ser avaliada para suspeitarmos de glaucoma é o nervo óptico.

O nervo óptico é uma estrutura que só pode ser visualizada por meio de equipamentos oftalmológicos específicos, como a lâmpada de fenda, os oftalmoscópios direto e indireto. É principalmente por meio da avaliação dele que podemos suspeitar ou realizar o diagnóstico da doença. Por isso, consultas de rotina com exame de fundo de olho ou de mapeamento de retina são fundamentais para que o diagnóstico seja feito.

Outros fatores importantes para a investigação são:

– Idade acima de 40 anos;

– Pressão intraocular elevada;

– Espessura central da córnea;

– Etnia (afrodescendentes são mais acometidos);

– Presença de familiares de primeiro grau com a doença.

 

Existem outros exames que podem ser feitos?

​Sim. Atualmente, utilizamos basicamente três exames para o auxílio diagnóstico, que são: campimetria visual automatizada, estereofotografia de nervo óptico e tomografia de coerência óptica (OCT).

A campimetria visual automatizada, ou campo visual automatizado, é utilizada para determinar o acometimento funcional pela doença. Um exame alterado e compatível com os achados de outros exames é altamente sugestivo de glaucoma. Além disso, esse exame também é utilizado para determinar se há progressão ou estabilidade funcional.

A estereofotografia de nervo óptico é um exame no qual são realizadas fotos estereoscópicas, ou seja, fotografias com a possibilidade de avaliação tridimensional com o uso de óculos especiais. Desta forma, consegue-se visualizar alterações no nervo óptico com mais detalhes do que numa foto bidimensional convencional. Normalmente, este exame é acompanhado de uma outra imagem com um filtro especial, que nos possibilita avaliar a qualidade da camada de fibras nervosas da retina, que geralmente é diminuída global ou regionalmente no nervo glaucomatoso.

Por fim, a tomografia de coerência óptica, ou OCT (do inglês optic coherence tomography), é um exame introduzido à prática clínica mais recentemente, com o intuito de avaliar não só a estrutura do nervo óptico, mas também a camada de fibras nervosas ao seu redor. Com este exame, é possível avaliar se há alguma região onde houve perda de fibras, ajudando a caracterizar dano secundário ao glaucoma.

Devemos lembrar que não é um ou outro exame que fará o diagnóstico, mas o conjunto deles e, principalmente, da impressão diagnóstica do médico oftalmologista ao avaliar todos os dados disponíveis.

Como é o tratamento? Existe cura?

​Não existe cura para o glaucoma. As células que são perdidas ao longo da doença não são recuperáveis. Pelo fato de serem células altamente especializadas, assim como os neurônios que temos em nosso cérebro, elas têm capacidade muitíssimo restrita de regeneração e, na prática, isso não ocorre. Por isso, o tratamento do glaucoma consiste na estabilização da doença e, justamente por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.

Todo tratamento para glaucoma consiste na diminuição da pressão intraocular. Isso pode ser feito de diversas formas, sendo as três principais:

– Colírios hipotensores: medicamentos tópicos que são instilados diariamente no olho acometido (geralmente nos dois);

– Laser: procedimento realizado em consultório ou centro especializado, no qual um laser chamado YAG laser é aplicado na estrutura responsável pela drenagem do humor aquoso (líquido que preenche a parte anterior do olho), melhorando seu escoamento e, assim, diminuindo a pressão intraocular;

– Cirurgias antiglaucomatosas: atualmente são deixadas como última opção terapêutica, mas consistem em diversas técnicas cirúrgicas distintas, também com a finalidade de reduzir a pressão intraocular, sendo as mais frequentes a trabeculectomia com mitomicina, esclerotomia profunda não penetrante, implante de tubo (prótese que drena o humor aquoso), e outras.

Assim como qualquer outra doença, o melhor tratamento para um paciente não é, necessariamente, o melhor tratamento para outro. Consulte seu oftalmologista para maiores orientações.

 

Resumindo:

Glaucoma é uma doença progressiva, silenciosa em termos de sintomas na maioria dos casos, e que pode levar a cegueira de forma irreversível. A forma mais eficaz de evitar que isso ocorra é o acompanhamento regular com um oftalmologista. Lembre-se: o diagnóstico precoce permitirá um tratamento precoce, diminuindo grandemente a chance de cegueira ou de perda funcional importante.

Procure seu oftalmologista!

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